Conheça a trajetória profissional
do Dr. Fernando Pimentel


Me formei em medicina em 2004 na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Quando fiz faculdade, gostei muito das aulas e do estágio de psiquiatria, mas não me passou pela cabeça seguir essa área. Me encantaram mais àquela época, as matérias cirúrgicas, principalmente a Cirurgia Vascular.
Completei a residência de cirurgia geral no início de 2007. Neste ano eu já era pai e resolvemos seguir a vida no interior. Mudamos para Botucatu, cidade onde fui criado e onde há uma tradicional e excelente faculdade de medicina, a Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Nesta instituição fiz a residência de Cirurgia Vascular. Não posso deixar de mencionar que no ano de 2007, antes de começar a residência de Cirurgia Vascular, trabalhei em cidades da região, como Porangaba e Torrinha.
Nesses lugares, como a demanda era pouca, pude praticar a medicina da forma que acredito seja a correta, com calma, ouvindo os pacientes, conhecendo suas histórias. Isso tem total influência na grande mudança de rumo que eu teria anos após.
Como cirurgião vascular trabalhei essencialmente em consultório, centro cirúrgico e, também, na rede pública de São Manuel.
Para quem via de fora, tudo ia bem, mas me parecia que faltava algo. Ao mesmo tempo, notava, nas consultas, que muitos pacientes chegavam tomando antidepressivos e benzodiazepínicos (alprazolam/Frontal, clonazepam/Rivotril, entre outros). Comecei a ficar curioso e perguntar a eles o porquê dessas medicações e se elas os estavam ajudando. A grande maioria dos pacientes relatava grande melhora com as medicações e tratamento psiquiátrico. Resolvi começar a ler sobre os Transtornos Psiquiátricos e logo percebi que ali estava meu caminho. Conversei com algumas pessoas e um amigo, Dr. Cláudio Bocuto, psiquiatra e psicanalista, me orientou buscar a análise para entender melhor se eu realmente desejava mudar de área ou era apenas uma insatisfação com o modo que eu vivia.
De pronto comecei a análise e, concomitante, um curso básico de psiquiatria. Após seis meses eu estava decidido, mudaria de área.
Com a decisão, fui conversar com psiquiatras conhecidos. Uma pessoa foi fundamental, a Professora Dra. Florence Kher Correa. Então chefe da disciplina da psiquiatria da UNESP, me falou: “Você vai aprender psiquiatria aqui conosco. Vá ao ambulatório conversar com a professora Sumaia para regularizar um estágio. Poderá ficar dois anos aqui, frequentando e atendendo nos ambulatórios junto dos residentes. Se organize em relação às suas atividades e venha.” À Dra. Florence, minha eterna gratidão.
Comecei, oficialmente o estágio em psiquiatria em julho de 2016, durante dois anos na psiquiatria da UNESP frequentei os ambulatórios das especialidades, interconsulta e pronto-socorro, além de atividades acadêmicas. Acabei o estágio em julho de 2018. Ao acabar esse estágio, recebi o convite para trabalhar no SARAD, hospital de internação de dependentes químicos, ligado ao HC de Botucatu. Fiquei exclusivamente na assistência em psiquiatria até janeiro de 2020, quando recebi o convite para a Diretoria executiva da instituição. Acumulei a assistência e direção até fevereiro de 2024.
Após o estágio na UNESP, comecei atender no consultório e, progressivamente, os atendimentos de psiquiatria foram tomando os horários da cirurgia vascular, mas houve um divisor de águas que acelerou esse processo: no final de 2020 me inscrevi para o então Aprimoramento em Transtornos Afetivos do GRUDA (Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria do HC da Faculdade de Medicina da USP-SP). Assistia a palestras da Dra. Doris Moreno em congressos e eventos da Associação Brasileira de Psiquiatria e percebia que faltava alguma coisa no meu entendimento sobre o Transtorno Bipolar. Na entrevista do processo seletivo lá estava ela. “Me perguntou: quais os fatores de risco para o Transtorno Bipolar?”
Ainda bem que eu assistia às suas aulas.
Foi um ano em que fui a São Paulo todas as sextas-feiras para passar as manhãs aprendendo com a Dra. Dóris, além do dream team Dra. Carla, Dr. Carlos, Dr. Giovani, Dr Fernando Fernandes. Todos sob a batuta do Prof. Ricardo Alberto Moreno, a quem eu perguntei um dia: “o que faço para ‘grudar’ no GRUDA?”. O professor Ricardo me convidou ao trabalho e não pretendo “desgrudar” tão cedo.
Aprender ao vivo com a Dra. Doris, fez toda a diferença na vida de muitas pessoas que pude ajudar no consultório. A ela, também, minha eterna gratidão.
Hoje (julho de 24) continuo viajando para São Paulo todas as sextas-feiras, agora sou assistente no ambulatório didático do período da tarde e aluno de mestrado da USP, sob orientação do prof. Ricardo.
Ordem cronológica
Graduado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Residência em Cirurgia Geral na Irmandade da Santa Casa de São Paulo 2005 a 2007.
Residência em Cirurgia Vascular no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu 2008 a 2010.
Estágio em Psiquiatria no Departamento de Neurologia e Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Botucatu 2016 a 2018.
Médico assistente em psiquiatria no Serviço de Atenção e Referência em Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (SARAD) 2018 aos dias atuais.
Diretor Executivo do Serviço de Atenção e Referência em Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (SARAD) 2020 a 02/2024
Aprimoramento em Transtorno Afetivos no Programa de Transtornos Afetivos (PROGRUDA) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 2021/22
Médico voluntário, colaborador e pesquisador do Programa de Transtornos Afetivos (PROGRUDA) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (atualmente)
Aluno de mestrado do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.
Perguntas frequentes
São conjuntos de sintomas diferentes. O problema é que se confunde ansiedade com agitação, inquietação, irritação, entre outras coisas.
A base do conceito de ansiedade são o medo e preocupações em excesso. Há antecipação, no pensamento, de situações normalmente de conteúdo negativo ou até catastrófico. Pode haver sintomas físicos como palpitações, falta de ar, entre outros. A disforia é um conceito amplo, mas no transtorno bipolar é comum na mania/hipomania mistas, e aparece como reações de raiva e agressividade verbal ou física dentro do contexto de ativação
Uma boa avaliação, de preferência por algum médico que estude transtornos afetivos, com as perguntas certas sobre sintomas ao longo
Existem outras possibilidades diagnósticas. Uma boa avaliação clínica é capaz de diferenciar.
Nenhum, sem o uso concomitante de um estabilizador de humor. O uso de antidepressivos no transtorno bipolar tem de ser exceção e avaliado caso a caso.
Espectro ou diástase bipolar é o conjunto de apresentações do transtorno bipolar, que abrange desde o tipo 1, tipo 2, ciclotimia, até aqueles pacientes que têm sintomas e características da doença, mas não preenchem os critérios formais.